Vô, vai com Deus!

Interessante como as coisas acontecem... Muitas vezes temos vários sinais, várias coisas acontecendo por um motivo muito especial. É claro que só conseguimos perceber esses sinais depois. 

É como andar por um caminho e olhá-lo de cima. Quando estamos apenas andando pelo caminho não podemos ver o que está por vir e nem sempre nos lembramos com perfeição das curvas que já fizemos, algumas vezes passamos reto por algo com pressa de chegar ao fim, mas de que adianta chegar ao fim? O importante mesmo é o caminho. Quando olhamos de cima é possível ver cada detalhes, cada sinal, olhando de cima entendemos enfim pelo que passamos.

No dia 28/06/2013 eu olhei por cima de um caminho que trilhei. O caminho ao lado do meu avô Leodeniz, pai do meu pai. Nesse dia meu avô partiu desse mundo por conta de uma doença bem avançada que acabou por vencê-lo. Apesar do quadro dele ser complicado, nós não estávamos preparados para enfrentar a partida (afinal, acho que ninguém nunca está). 

A tristeza é diferente para cada um, para mim ela foi instantânea, na hora que recebi a notícia senti uma dor muito forte no coração, uma sensação estranha e muita vontade de chorar, deixar transbordar o sentimento. Mas aos poucos foi passando e deixando lugar para a saudade e a tranquilidade de saber que aconteceu o que era melhor para ele. 

Naquele dia, principalmente, pensei nos meus momentos com ele: o que fizemos? O que falei? Como agi? Por que fiz dessa forma? Por que não fiz?

São pensamentos bons, é como buscar na memória aqueles flashes que nos fazem sorrir. Agradeço a Deus por ter em minha mente bons pensamentos. Eu pude olhar o caminho de cima e me orgulhar de muitos momentos, pude me orgulhar de coisas que fiz com meu avô, de coisas que ele fez por mim e perceber o sentimento que existia entre nós, afinal ele é meu vô e eu o amo assim como ele me ama também. 

Ainda pensarei nele por muitos e muitos dias seguidos. Mas hoje consigo olhar para trás e me alegrar por tudo que passamos, eu e ele. Em algum momento aprendemos a lidar com a falta dele fisicamente, mas também aprendemos que ele está conosco a todo momento, no coração. 

Eu sei e acredito realmente que agora ele está melhor, sem dores, com novas perspectivas, novos objetivos, novos aprendizados pela frente e paz de espírito. Não tenho motivos para ficar triste. Alguém que amo está bem, num lugar de paz e alegria, isso basta para preencher aquele vazio do coração.

Vô, vai com Deus!