Blogar ou não blogar?

Olá pessoal, eu sumi totalmente nas duas últimas semanas, sem reconheço. Não tive tempo e nem empolgação para escrever aqui no blog nesses dias que se passaram. Coisas aconteceram em minha vida que me deixaram meio perdida... e ainda estou tentando me localizar.

O blog Meu Psum sempre foi muito importante para mim, meu cantinho, o lugar que falo e faço o que quero, da forma que quero, um lugar para me expressar. Hoje sei que algumas pessoas costumam visitar o blog, costumam ler meus posts, sei que há pessoas que sempre comentam aqui, participam comigo dessa aventura do blog. E por essas pessoas achei justo dar uma explicação sobre meu desaparecimento.

Pessoal, no dia 20 de agosto de 2013 eu estava trabalhando no pet shop com meu pai quando ele disse que precisava conversar comigo. Ele me informou que estava se separando da minha mãe, assim, de repente. Acho que a notícia foi tão inesperada que nem tive uma reação aceitável, fiquei ali, apenas ouvindo, normal, comportada. Ele explicou mais ou menos, mas entendi que a decisão partiu dele, que ele não queria mais e pronto.

Em casa, de noite, conversei vagamente com minha mãe, que estava mais chocada do que triste. Realmente foi um choque para todos, porque até um dia antes estava tudo bem. Eles tinham viajado no fim de semana anterior, não tinha nenhum clima pesado em casa, nada que indicasse alguma coisa desse tipo.

No dia seguinte meus pensamentos tinham se organizado um pouco mais. Escrevi tudo que achei importante dizer ao meu pai naquele momento, me senti na obrigação de dizer tudo mesmo, ser sincera sobre o meu ponto de vista. Eu disse que achava essa atitude dele muito ingrata e injusta, que ele estava sendo egoísta e pensando só nele. Disse que eu achava que logo ele ia cansar dessa nova vida que estava querendo viver (sair com a galera), que isso me deixava extremamente decepcionada, pois eu via em meu pai uma pessoa imatura e inconsequente, deslumbrada por ter ganho um dinheirinho e querendo sair pro mundo como um garotão de 20 anos. Acontece que ele não tem 20 anos mais, hoje tudo que ele faz, cada palavra, cada ação, é uma parte do caráter dele que é mostrado. E esse caráter faz parte do pai que ele é, não tenho como separar as coisas. Quando me perguntarem "por que seu pai saiu de casa?" o que vou responder? Só consigo pensar em "porque ele quer curtir a vida". Mas dentro da minha cabeça tem perguntas que talvez nunca sejam respondidas ou explicadas adequadamente "quer dizer então que ficar com a esposa de 25 anos de casado e com as duas filhas não é curtir? Ok, talvez não seja mesmo... ver sua filha caçula crescendo, descobrindo os amigos, o mundo, o amor, se descobrindo. É, talvez isso não seja curtir. Afinal, nos últimos tempos tudo que queríamos fazer ele não queria participar. Cinema, passeio no shopping, filme numa quarta a noite... ele sempre preferiu ficar em casa preso no maldito Facebook, sim maldito. Porque é numa excelente ferramenta para ter contato com os amigos distantes, para marcar eventos ou até para compartilhar seus momentos felizes, mas a sua vida não é dentro do Facebook, existe um mundo a sua volta, mais do que joguinhos intermináveis de fazenda ou cutucadas nos amigos. Saber usar essa rede social sem prejudicar a sua vida social de verdade talvez seja uma tarefa difícil demais para alguns, ou não..."

Enfim, depois de dizer a ele tudo que eu achava que deveria também voltei ao assunto de umas duas semanas antes, quando ele me propôs comprar uma loja pra mim, uma lojinha de aromas que estava passando o ponto. Da primeira vez eu neguei, pois estava feliz ali trabalhando com ele, vendo o negócio da família crescer. Porém não poderia mais ficar trabalhando com ele, tudo que ele fizesse seria motivo para eu não gostar dele. Se ele chegasse feliz eu ficaria brava com ele. Se ele perguntasse sobre minha mãe eu ficaria brava, se ficasse no Facebook conversando, se não falasse nada, se... se... se. O melhor era sair dali o quanto antes, se ele escolheu nos deixar, então que assim seja.

Então ele comprou a loja para mim. Eu deveria ter comemorado, deveria ter ficado super feliz, poxa agora tenho meu próprio negócio, tenho uma oportunidade de crescer, uma chance. Mas a situação toda me impediu, até o momento não tive coragem de me sentir muito feliz com isso, não me senti no direito disso. Fico muito grata pela ajuda que ele está me dando, mas ainda não me sinto preparada para agradecê-lo adequadamente e de verdade, se eu o fizer será falso.

E desde então estamos tentando estabelecer uma nova rotina em casa, continuar. Mas é impossível não lembrar todos os dias. Nós três em casa estamos nos sentindo traídas, abandonadas. É uma mistura de tristeza, raiva, indignação, repulsa... Impossível explicar, impossível entender. Mas afinal, não nos interessa entender, mas sim aceitar.

Ele realmente decidiu, saiu de casa na sexta-feira daquela mesma semana. E ontem foi em casa retirar as últimas coisas que ainda estavam nos armários. Acho que por isso vim aqui hoje, dar essa explicação.

Ainda não sei o que fazer, não sei se continuarei com o blog ou não, meu tempo está praticamente todo ocupado pela loja (que tem vários problemas para resolver). Não tenho muito tempo, não tenho vontade ainda. Desculpem por isso e obrigada aos que leram meu desabafo.

Beijinhos a todos!!!