Os benefícios da Terapia - entrevista com Thais

Olá, olá! Hoje o assunto é um pouco diferente. Todo mundo conhece alguém que passa por vários momentos complicados na vida, por situações que abalam o emocional e acabam prejudicando a vida dessa pessoa. 

Alguns acham que fazer terapia é para quem está "louco", quem tem distúrbios mentais graves. Mas não, não é o caso. A terapia tem inúmeras vantagens e pode ser usada para o tratamento de diversos problemas como traumas, obesidade, incertezas, perdas, estresse, culpa, depressão, insegurança, mau humor, fobias, vícios, tristeza, entre outros tantos.

Também existem dúvidas em relação a qual profissional procurar: psicólogo, psicanalista ou psiquiatra. Essa era uma dúvida minha também, então encontrei as respostas e achei importante passar esse link para vocês - veja aqui a descrição de cada um dos profissionais.
Realizei uma entrevista com uma grande amiga minha que é um ótimo exemplo sobre os benefícios da terapia


Thais, 23 anos - ela passou por momentos muito difíceis e sua situação emocional estava prejudicando sua vida. Depois da terapia a mudança é nítida.





Primeiramente, obrigada por aceitar participar dessa entrevista. O que te levou a procurar um profissional para tratar problemas do cotidiano?

R:  Olá, olá, Psunzeiras, é um prazer participar de algo tão sério aqui no blog, algo que para alguns fará uma diferença enorme na vida. Mas sem mais delongas, vamos lá!
Eu procurei a ajuda de um psicoterapeuta por um motivo principal, mas o que me impulsionou de fato a fazer isso foi que meu pai cometeu suicídio em outubro de 2012, na nossa casa e isso, vocês podem imaginar, desestrutura qualquer pessoa.
Desde setembro/2012 eu já vinha me convencendo de que precisava de ajuda de um profissional, mas mesmo sabendo, nós insistimos em adiar. Eu estava com o estresse a flor da pele devido ao meu emprego e o principal de todos:  Eu tenho diabetes desde os 18 anos. Descobri após 2 meses que completei 18 anos. Vocês imaginam a cabeça de uma recém maior idade: 18 anos, vou beber tudo o que nunca bebi, passar noites e noites na balada, estou fazendo faculdade e trabalhando, então bora se acabar nos fast food, comer chocolate até morrer para despertar, dormir muito pouco e todo aquele resto que pensamos por achar que somos os reis do mundo. 
Acontece, que o diabetes é muito mais difícil do que as pessoas imaginam e eu logo descobri isso. Não é só parar de comer doce, vai muito além.  Engordei 23 quilos (que até hoje não perdi) em 1 mês, sem nem conseguir perceber, devido a insulina. Beber altera sua taxa glicêmica, fast food também, ficar sem dormir e passar por alterações emocionais também alteram muito e comigo, principalmente, quando acontecem essas alterações, eu sofro crises hipoglicêmicas e começo a falar enrolado, falar coisas sem sentido, fico molenga, às vezes desmaio...
Levei muito bem minha dieta por mais de 1 ano e meio, mas minha médica liberou o controle pelo método contagem de carboidratos e ai que tudo desandou. Comecei a contar carboidratos e comer de tudo, mas comigo ou é 8 ou 80. Me esbaldava em tudo, não conseguia mais me controlar e ai vieram os desmaios. Quando eu desmaiava, além de ficar com uma vergonha enorme a ponto de querer sumir, minhas emoções se alteravam demais. 
Com o passar do tempo, com a continuidade dos desmaios o meu humor virou um turbilhão. Ao mesmo tempo que estava doce, me irritava e descontava em todo mundo. Comecei a falar palavrões na proporção - a cada dez palavras que eu falo, onze são palavrões. Me irritava por tudo e qualquer coisa e as pessoas que me amavam e conviviam comigo estavam se cansando. Meus amigos se distanciaram, meu namorado (acreditem, um santo!) estava que não me queria mais por perto para evitar brigas e minha mãe chorava a todo tempo por eu ser tão grossa e chata. 
Quando comecei a me tocar de que estava perdendo as pessoas que amava entrei em desespero e resolvi procurar um psiquiatra. Junto com isso, veio a morte do meu pai e me deu um choque. Em abril/2013 comecei meu tratamento.



Qual profissional você decidiu procurar: psicólogo, psicanalista ou psiquiatra?

R: Procurei um psiquiatra logo. Na minha mente sempre existiu um pré - conceito enorme quanto ao psiquiatra. Pensava que o próprio psicologo já era demais para mim, um psicologo que só iria conversar comigo e me ajudar. Achava que psiquiatra era para pessoas em um nível muito pior que o meu, que precisassem de ajuda de remédios, mas quando me toquei que na irritação que estava e na necessidade de resolver logo isso, não daria para esperar 1 ano de conversa para começar a ter resultados, precisava ser logo. Procurei então um psiquiatra que também fizesse terapia, assim poderia conciliar as duas coisas.



Há quanto tempo está fazendo terapia?

R:  Faço terapia há 4 meses.



Conte-nos resumidamente como é sua sessão de terapia.

R: Minhas sessões são geralmente pela manhã. Eu chego, meu psicoterapeuta fica olhando para os lados sem dizer uma palavra, me esperando falar. Eu sempre começo a contar como foi minha semana. Se teve algum acontecimento que me magoou, me irritou, me entristeceu ou me deixou feliz, eu foco nisso. Falo tudo. Geralmente ele fica olhando para o nada e eu, às vezes, duvido muito que ele esteja me ouvindo, mas então ele fala alguma coisa que faz todo o sentido do mundo com o que falei e eu continuo. Ele me ouve e de repente vem a enxurrada de verdades sobre coisas que nunca tinha percebido. É muito mais forte do que eu, geralmente choro ao ouvir. É muito, muito, muito difícil ouvir tudo o que você sabe que terá que mudar, mas sempre achou que aquilo era bom e todos te amavam por isso.
No começo eu nem ia trabalhar após a sessão, ia pra casa chorar mais e pensar. Hoje em dia eu vou, mas penso sobre tudo o que ouvi o tempo todo livre. 



É claro que sua intenção era melhorar sua vida de forma geral, mas quais eram suas expectativas específicas ao inciar o tratamento?

R: Conseguir controlara meu humor, sem dúvidas. Queria, acima de tudo, conseguir ser mais paciente com as pessoas e menos ansiosa com coisas que eu deveria fazer.



Existe todo um preconceito de boa parte da sociedade sobre a terapia. Como se sentiu nas primeiras visitas ao psiquiatra? Teve algum problema para cooperar com o tratamento?

R:  Não vou dizer que foi amor a primeira vista e que logo de cara consegui ser a pessoa mais cooperativa com terapia.  Eu tinha muita, muita, mais muita dificuldade de falar sobre minhas fraquezas, sobre meus problemas e sobre minhas inseguranças. Meu terapeuta me disse que tenho que ser menos dura comigo mesmo e aceitar que também erro, que não sou perfeita, que sou passível de ter medo, insegurança, problemas  dúvidas. Confesso que está se tornando mais fácil e que hoje já me entrego com mais sinceridade ao tratamento.
Também tive um pré-conceito com a terapia. Nunca pensei que fosse coisa de gente louca, mas pensava sim que coisa de gente descontrolada e com problemas sérios na vida. Após começar, aprendi que a terapia é coisa de gente muito equilibrada. Quem realmente se dedica, quer somente ter um vida bem melhor.



Você se lembra como se sentiu depois da primeira consulta?

R: Sim, claro que lembro! Como esquecer? 
Me senti pouquíssimos a vontade. Ouvir mil verdades a seu respeito e saber, apesar de não reconhecer, que é tudo verdade e ainda saber que terá que incluir em sua rotina um ansiolítico , acreditem, não é muito agradável e fácil. Chorei bastante, pensei em desistir, mas sabia que essa não era uma opção nas condições em que me encontrava. Eu tinha que melhorar! Respirei fundo, assimilei bem rápido e dei continuidade ao tratamento. Hoje eu já não sei mais ficar sem, me faz um tremendo bem.


Sua melhora é significativa, muitas pessoas ao seu redor comentam sobre isso. Após quanto tempo começou a perceber que sua vida estava se reorganizando?

R: Pode parecer mentira, mas levei uns 10 dias. Eu mesma passei a notar o quão mais calma estava. Passei a sorrir mais, a me irritar dificilmente, a ter mais paciência com as pessoas e a olhar tudo como se a vida agora fosse mais fácil e nada impossível de se resolver. Notei principalmente que as coisas são mais fáceis pra você quando se é bom e maleável. Tudo o que eu pedia, notei que nem minha mãe e nem meu namorado me contrariavam mais. Quem não gosta de ter tudo fácil e sem brigar? Até isso me fez perceber que a vida estava voltando ao eixos.


O que você considera ter conseguido com esse tratamento? Quais os benefícios que você consegue medir hoje?

R: Puts, são inúmeros. Consegui meus amigos de volta, consegui que minha mãe se sentisse mais feliz, mais calma e mais a vontade comigo. Meu namorado, que já me amava muito, passou a me querer por perto 100% mais. No meu emprego ( que ainda não era a minha coisa no mundo predileta) eu tinha pedido para voltar para a recepção ao invés de ficar com todo o gerenciamento como era antes, eu consegui, voltei.Consegui, depois de 2 anos, férias do trabalho.  Estava tendo mais disposição para sair. Minhas contas, até isso, se organizaram e se colocaram no lugar no mesmo instante. Consegui uma nova oportunidade, que caiu no meu colo, para ganhar dinheiro e seguir com meus projetos e programei um novo curso na faculdade para mim para o primeiro semestre de 2014 e está quase tudo encaminhado . Vou fazer direito! =D


Pretende continuar com o tratamento por quanto tempo?

R: Agora é muito cedo para decidir isso. Vou continuar enquanto julgar necessário para controlar sozinha meus problemas.  Enquanto sentir que minha ansiedade, irritação, descontrole emocional e humor não são de minha total decisão e que não consigo me manter estável sem o ansiolítico e sem minhas longas conversas com o terapeuta, nada de abandonar! Já cheguei a pensar que nunca largarei, é bom ter esse alguém neutro para te aconselhar, mas é tudo questão de tempo, vamos ver como as coisas andarão.


Algumas pessoas lerão sua entrevista no blog, algumas delas podem estar na dúvida sobre procurar ou não um profissional para ajudá-las. O que você gostaria de dizer para essas pessoas?

R: Bem, acreditem, não me tornei nenhuma santa. Apesar de todo o meu depoimento dar a impressão de que agora sou a pessoa mais bondosa e calma do mundo, garanto, melhorei muito, mas ainda brigo quando necessário, me irrito quando abusam demais da minha paciência e ainda tenho várias de minhas opiniões radicais muito firmes.
Todas, todas as pessoas que conheço e que amo e acredito que precisem de ajuda, eu indico a terapia.
Formei a seguinte opinião: todas, todas as pessoas por mais equilibradas que sejam precisam de terapia. No mundo em que vivemos, correria demais, falta de tempo, cobrança e pressão o tempo todo, é bom poder descarregar e este profissional está pronto para nos orientar de forma mais neutra e ao mesmo tempo mais incisiva. 
Eu acho que mal não fará, então o que vier é lucro! Se eu puder dar um conselho, meu conselho é: façam terapia! Será bom para você e melhor ainda para as pessoas ao seu redor.
Você que tem vontade de fazer, você que não tem e precisa, faça! Faça terapia, vai fazer um bem enorme que você nem pode imaginar. Você irá sentir, as pessoas irão sentir e tudo vai melhorar!

Espero ter ajudado e esclarecido, pelo menos um pouco,  vocês. Beijos, meninas!

Perguntas!
Se alguém tiver alguma pergunta para a Thais, basta deixar aqui nos comentários. Se quiser manter sua privacidade, enviei um e-mail para nós - meupsum@gmail.com




Agradeço por sua sinceridade e participação Tha! Sucesso para você em tudo! Confesso que fiquei emocionada com suas respostas, é ótimo ver que suas decisões lhe trouxeram mais alegria e paz. Tenho certeza que suas palavras serão de grande importância para alguém.

Refletir sobre nós, nossos atos e nossas palavras é sempre bom, nos torna pessoas melhores. Espero que tenham gostado  e que toda essa conversa tenha resultados positivos sobre vocês.
Beijinhos!!!




3 comentários:

  1. Te amo tanto, Tha...
    Que orgulho de você! MUITO ORGULHO! Vou te encher de beijos quando você chegar aqui em casa. E somos unidas da terapia, forever!
    Beijocas.

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  2. Ah, que orgulho e que felicidade em participar do Meu Psum, estou realmente realizada!
    Dessa, obrigada pela oportunidade e pelo imenso carinho! Te amo
    Nathye, te amo muito também, não vejo a hora de te ver!

    Beijos

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